A nossa experiência numa cidade cosmopolita: Melbourne
Vamos contar-te tudo sobre a nossa experiência a viver e trabalhar em Melbourne, incluindo a procura de emprego, habitação e todas as questões legais associadas. O processo pode ser semelhante noutras cidades, por isso, mesmo que não optes por Melbourne, as nossas dicas e experiências serão úteis. No entanto, aconselhamos que faças a tua pesquisa, pois existem diferenças entre estados e cidades.
Se estás num visto de turismo, os pontos 1 e 2 vão ser importantes para a tua viagem.
- Voos e Bagagem
- Número de Telemóvel
- Conta Bancária
- Porquê Melbourne
- A Mudança para Melbourne e a Procura de Casa
- TFN – Tax File Number (Número de Contribuinte)
- Impostos – Quanto Vais Pagar?
- Superannuation
- Encontrar Trabalho
- Custo de Vida em Melbourne
1. Voos e Bagagem
Se nunca fizeste um voo de longa duração, vamos partilhar um pouco da nossa experiência.
Quando viajámos para a Austrália, ainda não existiam voos diretos ou com apenas uma escala a partir de Portugal. Hoje em dia, a Qatar Airways já oferece uma ligação entre Lisboa e Melbourne com escala em Doha, mas na altura optámos por voar de Estocolmo, que era a opção mais económica numa boa companhia aérea, e assim aproveitámos para conhecer a cidade. A Emirates também oferece ligações semelhantes, por isso o melhor é fazer uma boa pesquisa e escolher a companhia que mais se adequa às tuas necessidades. O nosso conselho é voar para Sydney ou Melbourne e depois fazer um voo doméstico para outra cidade, se for esse o teu destino final.
O voo de Estocolmo para Doha durou cerca de 6 horas e o de Doha para Melbourne cerca de 14. Os aviões da Qatar Airways são espaçosos e confortáveis, mas, como são muitas horas de voo, é inevitavelmente cansativo. Durante a viagem recebemos duas refeições completas, snacks e bebidas, além de um pequeno kit com manta, almofada, escova e pasta de dentes, máscara, tampões para os ouvidos e auscultadores. A melhor estratégia é aproveitar para descansar e ver alguns filmes. Tenta manter-te hidratado durante o voo e levanta-te de vez em quando para esticar as pernas. Pequenos gestos ajudam bastante a reduzir o desconforto e a sensação de rigidez quando aterras.
Bagagem – O que levar?
Como estávamos a mudar de país e não apenas a fazer uma viagem curta, decidimos pagar pela bagagem de porão. A Bárbara escolheu uma Osprey Fairview 40L, e o João uma Osprey Farpoint 70L, que se divide em duas partes: uma principal de 57L e uma pequena mochila de 13L. Provavelmente conseguirias viajar apenas com bagagem de cabine, mas no nosso caso levávamos equipamento fotográfico e portátil, o que tornava isso impossível.
Quanto à roupa, levámos apenas o essencial: peças práticas para o dia a dia e algumas mais formais, a pensar em possíveis empregos de escritório. A Austrália é um país moderno, cheio de lojas e até boas opções em segunda mão, por isso não vale a pena encher a mala. Packing cubes ajudam imenso a manter tudo organizado. O clima varia consoante a região, mas no geral é quente no verão e ameno no inverno. Em Melbourne, durante o inverno, bastou-nos um casaco leve para a chuva e o vento. O ideal é levar roupa leve e versátil.
De produtos de higiene, trouxemos apenas o básico. Quase tudo o que possas precisar existe à venda por preços semelhantes aos de Portugal.
A rede elétrica na Austrália é de 230V e 50Hz, tal como em Portugal e na Europa, mas as tomadas são diferentes. Vais precisar de um adaptador tipo I, que podes comprar facilmente quando chegares. Nós comprámos os nossos online e mandámos entregar no AirBnB.
Chegar à Austrália e deslocações internas
Uma coisa que muita gente subestima é o tamanho da Austrália. Se estiveres a planear viajar para Darwin, Perth ou outras zonas mais remotas, é provável que tenhas primeiro de voar para Melbourne, Sydney ou Brisbane. E, ao contrário da Europa, não existem comboios entre capitais de estado, e as distâncias são enormes.
Há voos internos frequentes entre as principais cidades, e essa é, sem dúvida, a forma mais rápida de viajar no país. Companhias como Jetstar, Virgin Australia e Qantas têm boas ofertas. Autocarros e comboios são opções apenas para trajetos dentro do mesmo estado ou entre cidades relativamente próximas. Há também percursos de autocarro que atravessam o país, mas são longos e demoram vários dias.
Falamos com mais detalhe sobre as opções de transporte no nosso guia Viajar na Austrália, mas é importante perceber desde já que as distâncias são imensas e a organização da viagem é bem diferente da de um país europeu.
2. Número de Telemóvel
Não te esqueças de que o teu telemóvel tem de estar desbloqueado.
Em relação às operadoras móveis, podes escolher qualquer uma, mas fora das grandes cidades só há uma opção realmente viável: a Telstra. A Austrália é um país enorme com apenas 24 milhões de habitantes, por isso é natural que a cobertura não chegue a todas as zonas. A Telstra é a maior operadora do país e, se não tiveres rede com eles, dificilmente terás com outra. No entanto, se planeias ficar apenas nas grandes cidades e não viajar para zonas remotas, qualquer operadora serve.
Na Austrália, precisas de ativar o cartão SIM, e para isso é necessário fornecer uma morada (nós usámos a do AirBnB) e o número do passaporte. Se conheceres alguém com um número australiano, isso pode facilitar o processo.
Optámos pela Aldi Mobile (sim, o supermercado), porque oferecia um plano mensal acessível com chamadas e mensagens ilimitadas e uma boa quantidade de dados móveis com rollover, ou seja, os dados não utilizados num mês passam para o seguinte. O nosso plano na altura custava 25 AUD e incluía 18 GB de dados. Há várias opções, mas achámos que este tinha a melhor relação qualidade/preço. Podes comprar o cartão SIM em qualquer loja Aldi, e como eles usam a rede da Telstra, a cobertura é muito boa. Fora das áreas urbanas, a Aldi não tem acesso a todas as antenas da Telstra, por isso a cobertura pode variar.
Podes verificar a cobertura da Aldi aqui e a da Telstra aqui. No mapa dá para ver bem a diferença. Por exemplo, na Nullarbor ficámos três dias completamente offline. Depois dessa experiência, mudámos para a Boost, a operadora low cost da Telstra, que usa toda a rede. Não é muito mais cara do que a Aldi Mobile e também tem rollover. O nosso plano custava 35 AUD e incluía 35 GB de dados.
Resumidamente: se vais ficar apenas nas grandes cidades, a Aldi Mobile pode ser suficiente; se queres viajar por zonas mais remotas, recomendamos a Boost.
3. Conta Bancária
Hoje em dia é tudo muito mais simples graças a bancos online como o Revolut e o Wise, que permitem usar várias moedas sem taxas de conversão. Mesmo assim, se planeias ficar um ano (ou mais) na Austrália, faz sentido abrir uma conta local.
Nós usámos e recomendamos o Commonwealth Bank. O processo foi fácil e nunca tivemos qualquer problema. A abertura e manutenção da conta são gratuitas durante o primeiro ano, e a app é prática e intuitiva. Também recebes um cartão de débito físico que podes usar em qualquer loja ou online. Podes abrir a conta online antes de viajares e até algumas semanas antes da tua chegada, mas tens de ter em conta que os dias entre a abertura online e a ativação no balcão já contam para o teu primeiro ano gratuito. Assim, quando aterrares, só precisas de marcar uma visita a uma agência para ativar a conta e levantar o cartão. Não te esqueças de levar o passaporte.
Uns dias antes do visto terminar, convém fechar a conta para evitares pagar a taxa de manutenção. Se estiveres num segundo ano ou precisares de receber o reembolso dos impostos ou da pensão (superannuation), podes usar uma conta australiana no Revolut ou Wise. Recomendamos a Wise, porque as transferências de AUD para euros são bem mais baratas.
4. Porquê Melbourne
Melbourne ou Sydney — esta foi a nossa maior dúvida. Acabámos por escolher Melbourne pela enorme diversidade cultural. Na altura pesquisámos bastante e, quanto mais líamos, mais curiosidade tínhamos. Também nos chamou a atenção o facto de os elétricos serem gratuitos na zona do CBD (Central Business District).
Depois de viajarmos pelo país, ficámos com vontade de viver em Perth e Brisbane, por isso vale a pena equacionar outras opções, incluindo cidades mais pequenas. No fundo, tudo depende do que procuras numa cidade e do tipo de trabalho que queres fazer.
Como não podíamos fazer o segundo ano, optámos por viver numa grande cidade. Tendo vivido grande parte da nossa vida em Coimbra, uma cidade média para os padrões portugueses mas pequena no panorama mundial, e quase quatro anos em Bristol, no Reino Unido, queríamos ter a experiência de viver numa cidade maior. Cosmopolita e cheia de vida, Melbourne não desapontou. Alugámos um quarto no CBD, perto de tudo, e foi lá que vivemos durante seis meses.
5. A Mudança para Melbourne e a Procura de Casa
Não faltam opções para as tuas primeiras noites, mas nós preferimos reservar um quarto num AirBnB por dois motivos. Queríamos conhecer pessoas locais, que nos pudessem dar dicas sobre a cidade, mas também porque estávamos cansados por causa do jet lag, queríamos um quarto privado. Assim, pudemos estar tranquilos, não só para descansar, mas também para nos focarmos na procura de emprego e organização dos primeiros tempos. Sendo um casal, a diferença de preço para um hostel era pouca.
Procurar quarto para aluagr foi bastante fácil. Podes pesquisar no Facebook, Gumtree ou no flatmates.com.au. Acabámos por alugar um quarto no limite do CBD. Foi sem duvida a melhor opção porque era bem central, mas ao mesmo tempo fora da confusão, com um grande parque mesmo à porta, o Carlton Gardens.
A nossa primeira colega de casa era uma estudante universitaria chinesa chamada Miau Miau. Dividimos casa durante pouco mais de um mês porque ela quis mudar-se para mais perto da Universidade. A seguir veio um casal, o Rob (Australiano), e a Luna (Californiana com ascendência Mexicana). Muito simpáticos, e foi interessante viver com eles. Nós adorámos a casa – para além da óptima localização, era muito espaçosa, tinha imensa luz natural e 2 quartos de banho, portanto cada quarto tinha o seu espaço privado. Pagávamos $370 (230€) de renda por semana (cerca de $1600/1000€ por mês), que não sendo barato, era proporcional aos ordenados. O facto de sermos um casal permitiu-nos também gastar menos (individualmente) do que amigos nossos que viviam a mais de 40 minutos do CBD. Internet estava incluída, mas a água e eletricidade eram à parte, mas estas despesas eram bem mais baratas do que em Portugal. Pagámos estas despesas quando deixamos o apartamento e foram cerca de $250 (155€) por 6 meses.
Partilhar casa foi uma experiência enriquecedora, não só porque fizemos amigos, como tínhamos sempre assunto de conversa sobre vários assuntos, incluindo curiosidades sobre os países de origem. Claro que tivemos a sorte de serem fáceis de conviver, tanto a Miau Miau como o Rob e a Luna passavam grande parte do tempo no quarto quando estavam em casa, o que nos permitia ter a sala e a varanda só para nós, mas quando estavam presentes não havia qualquer conflito e eram limpos e organizados. O facto de haver 2 quartos de banho também ajudou imenso na questão de privacidade.
A opção é tua, mas recomendamos vivamente (ainda mais se forem um casal) que fiques no centro da cidade. Tens tudo o que precisas ao teu lado, incluindo serviços e transportes públicos que te levam para fora da cidade.
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Não faltam opções para as tuas primeiras noites, mas nós preferimos reservar um quarto num AirBnB por dois motivos. Queríamos conhecer pessoas locais que nos pudessem dar dicas sobre a cidade, e também porque, depois de tantas horas de voo, queríamos um quarto privado. Assim pudemos descansar e focar-nos na procura de emprego e na organização dos primeiros tempos. Sendo um casal, a diferença de preço para um hostel era pequena.
Procurar quarto para alugar foi relativamente fácil. Podes pesquisar no Facebook, no Gumtree ou no flatmates.com.au, os sites mais usados na Austrália. Também existem plataformas como realestate.com.au e domain.com.au, mas estas são mais úteis para arrendar casas inteiras. Acabámos por alugar um quarto no limite do CBD, o que foi sem dúvida a melhor opção: estávamos perto de tudo, mas fora da confusão, e tínhamos um grande parque mesmo à porta, o Carlton Gardens.
A nossa primeira colega de casa era uma estudante universitária chinesa chamada Miau Miau. Dividimos casa durante pouco mais de um mês, até ela se mudar para mais perto da universidade. Depois veio um casal, o Rob, australiano, e a Luna, californiana com ascendência mexicana. Foram ótimos colegas de casa e foi interessante partilhar o dia a dia com pessoas de origens tão diferentes.
Nós adorávamos a casa: além da ótima localização, era espaçosa, tinha muita luz natural e dois quartos de banho, o que nos dava bastante privacidade. Pagávamos 370 AUD (cerca de 230 € à data) por semana — não era barato, mas era proporcional aos ordenados. Como éramos um casal, acabávamos por gastar menos (individualmente) do que amigos nossos que viviam a mais de 40 minutos do centro. A internet estava incluída e, no final da estadia, pagámos cerca de 250 AUD (155 €) de eletricidade e água pelos seis meses que lá vivemos.
Hoje em dia, o mercado imobiliário australiano (assim como de odo o mundo) está mais competitivo e os preços de arrendamento são elevados em praticamente todas as grandes cidades. Aconselhamos que verifiques sempre as condições do contrato e se as despesas estão incluídas. É comum pedirem um depósito de caução (bond) equivalente a cerca de quatro semanas de renda, que é devolvido no final do contrato se tudo estiver em ordem.
Partilhar casa foi uma experiência enriquecedora. Fizemos amigos, trocámos histórias sobre os nossos países e aprendemos muito sobre o estilo de vida local. Tivemos sorte: tanto a Miau Miau como o Rob e a Luna eram tranquilos e organizados. Passavam a maior parte do tempo nos respetivos quartos ou fora de casa, o que nos deixava a sala e a varanda só para nós, e nunca houve qualquer conflito.
Se estiveres a pensar mudar-te para Melbourne, recomendamos vivamente ficar no centro da cidade, sobretudo se fores um casal. Tens tudo o que precisas à volta: transportes públicos, supermercados, lojas e restaurantes, e a vida urbana faz parte da experiência.
6. TFN – Tax File Number (Número de Contribuinte)
Para poderes trabalhar e pagar impostos corretamente, vais precisar do TFN (Tax File Number), o equivalente ao nosso número de contribuinte.
É muito fácil de obter, mas só te podes candidatar 24 horas depois de chegares à Austrália. Basta seguir este link, ler as instruções e preencher o formulário online. Passadas algumas semanas, vais receber uma carta com o teu número na morada que indicaste (pode ser o teu AirBnB ou hostel).
Ninguém te pode recusar trabalho enquanto esperas pelo número, mas temos uma dica útil: espera três ou quatro dias e liga para o 13 28 61. Só precisas de confirmar os teus dados pessoais e eles dizem-te o TFN na hora. Podes trabalhar sem TFN, mas vais pagar muito mais impostos, por isso não vale a pena.
7. Impostos – Quanto Vais Pagar?
O myGov é o site onde acedes a todos os serviços do governo australiano, incluindo a tua conta da ATO (Australian Taxation Office), o equivalente ao site das Finanças em Portugal. Vais precisar dele para fazer o teu “IRS” e tratar de outros assuntos, mesmo depois de saíres da Austrália. Podes facilmente atualizar a tua morada e número de telemóvel através do site.
O ano fiscal na Austrália vai de 1 de julho a 30 de junho. Para quem tem um visto Work and Holiday, os primeiros 45 000 AUD de rendimento bruto são taxados a 15%. Qualquer valor acima desse limite é taxado a 32,5%. O teu empregador deve estar registado como employer of working holiday makers para aplicares a taxa reduzida de 15%. Caso contrário, será aplicada a taxa normal, que é mais alta. E, claro, tens de ter o visto Work and Holiday ativo para beneficiares dessa taxa. Estes valores podem mudar ao longo do tempo, por isso verifica sempre a informação mais recente no site da ATO.
Se trabalhares apenas por conta de outrem, tratar da declaração de impostos na Austrália é incrivelmente simples — é basicamente clicar em “next, next, next”. Se já fizeste IRS em Portugal apenas com o modelo 3, vais achar o sistema australiano ainda mais fácil.
A ATO já tem quase toda a informação sobre os teus rendimentos e descontos. No final, só tens de confirmar se está tudo correto antes de submeter. O João recebeu um reembolso de $6, e a Bárbara cerca de $600. No caso do João, o empregador fez tudo bem, mas devido a arredondamentos houve uma diferença inferior a 1 dólar por mês. No caso da Bárbara, o empregador não a registou como trabalhadora com visto Work and Holiday durante os primeiros dois meses, e por isso ela pagou mais imposto do que devia. Nada de grave, recebeu o reembolso e ficou tudo ajustado como se tivesse sido taxada a 15%.
No nosso caso, chegámos em junho e começámos a trabalhar no final do mês, mas como o primeiro pagamento foi feito a 3 de julho, o rendimento contou para o ano fiscal seguinte. Se chegares, por exemplo, em abril e trabalhares até setembro, terás de entregar duas declarações: uma a partir de julho (referente ao período de abril a junho) e outra no ano seguinte (para o período de julho a setembro).
8. Superannuation
A Superannuation é um plano de poupança-reforma obrigatório. O teu empregador contribui com 11% adicionais sobre o teu salário para um fundo de investimento. Podes (e deves) pedir esse dinheiro de volta depois de saíres da Austrália, mas o valor é fortemente taxado. Atualmente a taxa de retenção é de 65% para titulares de vistos temporários, como o Work and Holiday, que levantam o dinheiro antes da idade da reforma. É injusto, mas infelizmente é a lei.
Nós tivemos a “sorte” de poder levantar 100% durante a pandemia, quando existiram exceções especiais, e na altura a contribuição obrigatória era de 9,5%.
Na maior parte dos casos, o empregador já trabalha com uma empresa de Super específica, e é essa que será usada por defeito. Em alguns empregos, podes escolher o fundo que preferes; por exemplo, quando fizemos uma semana de vindimas em Margaret River, deram-nos essa opção. Nesse caso, escolhemos as mesmas empresas onde já tínhamos o dinheiro dos trabalhos anteriores em Melbourne, para manter tudo no mesmo fundo e ser mais fácil levantar.
9. Encontrar Trabalho
Encontrar trabalho depende um pouco do que estás à procura, mas a tua atitude é sempre importante!
Nós podíamos ter começado a viajar pelo país de imediato, poupámos para isso, mas para além de querermos ter a experiência de viver numa grande cidade, também queríamos poupar ainda mais. E ainda bem que o fizemos, porque saímos da Austrália com mais dinheiro do que entrámos. A escolha é tua, mas se o teu objectivo for viajar, recomendamos que trabalhes e poupes primeiro, afinal de contas, estamos a falar de um visto de ferias e trabalho.
Ter atitude implica que tens que persistir e não te deixar ir abaixo com as (muitas) negas que vais receber! Nós aterrámos em Melbourne numa quinta-feira, começámos a procurar trabalho na sexta de manhã, e na quinta seguinte já tínhamos sido contratados. Tivemos sorte? Talvez, nem que seja porque os trabalhos estavam disponíveis, mas sabemos que foi a nossa atitude e experiência que nos fez conseguir e rapidamente.
No CBD há imensos restaurantes e escritórios, e por isso passávamos as manhas a entregar os nossos CV’s em mão, e à tarde a candidatar-mo-nos a empregos pela internet. Se possível, fazíamos a candidatura online e íamos entregar o nosso CV em mãos. Alguns sítios não aceitavam, outros agradeciam o esforço, mas os que aceitavam ficavam surpreendidos e com uma impressao positiva. O jet-lag dava cabo de nós por volta da hora de almoço, mas nem por isso deixámos de insistir.
A Bárbara conseguiu trabalho rápido, e é um exemplo perfeito de porque é que o devem (também) fazer em mãos. Candidatou-se ao Starbucks (online), e depois foi às 3 localizações entregar o CV em papel. Num recusaram, no outro aceitaram e fizeram a entrevista na hora, e no último ficaram com o CV para saber quem ela era ao analisarem as candidaturas. No mesmo dia foi convida pela terceira localizacao para a entrevista e contratada. Apesar de já ter trabalhado num Starbucks no Reino Unido e ter experiência, não duvidamos que o facto de ela ter ido lá pessoalmente entregar o CV fez a diferenca.
Como João foi um pouco diferente. Ele conseguiu um emprego na sede da Ford, o que coincidia com a experiência que ele tinha de gestão de frotas. Era através de uma agência de trabalho temporário, e apesar de a Ford não ser mencionada no anuncio, ele pesquisou os requesitos e descobriu que um dos programas utilizados era exclusivo deles. Durante a entrevista o João perguntou se o trabalho era para a Ford, o que deixou a entrevistadora surpreendida, mas contente por ter pesquisado. O João gosta de entrevistas de emprego (há malucos para tudo), e por isso apresenta-se confiante, sem ser arrogante e aprecia a conversa.
Como esta posição era temporária, teve que procurar outro trabalho passados 3 meses. O João tinha deixado o CV numa outra agência, e devido à experiência e atitude deram-lhe a oportunidade de uma entrevista com um cliente importante: AECOM. Este tambem foi atraves de uma agencia temporaria, mas como foi contratado de imediato, nunca chegou a conhecer ninguem (pessoalmente) da agencia.
Podes pesquisar trabalhos nas próprias empresas, agências de recrutamento, facebook, passa palavra, gumtree e sites como seek.com.au, au.indeed.com e jobsearch.com.au.
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Encontrar trabalho depende um pouco do que procuras, mas a tua atitude faz toda a diferença.
Nós podíamos ter começado a viajar pelo país de imediato, tínhamos poupado para isso, mas para além de querermos viver numa grande cidade, também queríamos poupar ainda mais. E ainda bem que o fizemos, porque saímos da Austrália com mais dinheiro do que entrámos. A escolha é tua, mas se o teu objetivo for viajar, recomendamos que trabalhes e poupes primeiro. Afinal de contas, é um visto de férias e trabalho.
Ter atitude significa persistir e não desanimar com as (muitas) recusas que vais receber. Nós aterrámos em Melbourne numa quinta-feira, começámos a procurar trabalho na sexta de manhã e, na quinta seguinte, já tínhamos sido contratados. Tivemos sorte? Talvez, mas sabemos que a nossa atitude e experiência ajudaram imenso.
No CBD há imensos restaurantes e escritórios, por isso passávamos as manhãs a entregar CVs em mão e as tardes a candidatar-nos online. Sempre que possível, fazíamos ambas as coisas: candidatura online e entrega em pessoa. Alguns sítios não aceitavam, outros agradeciam o esforço, e os que aceitavam ficavam sempre com uma boa impressão. O jet lag dava-nos cabo da energia ao almoço, mas nunca deixámos de insistir.
A Bárbara conseguiu trabalho rapidamente, e é o exemplo perfeito de porque vale a pena entregar o CV pessoalmente. Candidatou-se ao Starbucks online e depois foi às três localizações mais próximas entregar o CV em papel. Num recusaram, noutro aceitaram e fizeram a entrevista na hora, e no último ficaram com o CV para juntar às candidaturas online. No mesmo dia foi contactada por essa última loja para entrevista, e contratada. Apesar de já ter experiência anterior no Starbucks no Reino Unido, não temos dúvidas de que o facto de ter ido lá pessoalmente fez toda a diferença.
O caso do João foi um pouco diferente. Conseguiu um emprego na sede da Ford, relacionado com a experiência que já tinha em gestão de frotas. Era um trabalho temporário através de uma agência, e o anúncio nem mencionava a empresa, mas ele percebeu que um dos programas usados era exclusivo da Ford. Durante a entrevista perguntou se era para lá e deixou a entrevistadora surpreendida e impressionada por ter feito a pesquisa. O João gosta de entrevistas (há malucos para tudo), e por isso apresenta-se confiante, sem ser arrogante, e aproveita a conversa. Como a posição era temporária, teve de procurar outro trabalho após três meses. Já tinha deixado o CV noutra agência, e devido à experiência e atitude foi chamado para uma entrevista com um cliente importante, a AECOM. Também foi através de uma agência temporária, mas como foi contratado logo, nunca chegou a conhecer ninguém da agência pessoalmente.
Podes procurar trabalho diretamente nas empresas, em agências de recrutamento, grupos de Facebook, pelo passa-palavra, no Gumtree e em sites como seek.com.au, au.indeed.com e jobsearch.com.au. Queremos reforçar a importância do passa-palavra e de falar com outras pessoas. Quando estivemos em Margaret River já íamos “adiantados” na nossa viagem, por isso decidimos parar uma semana e trabalhar nas vindimas. Metemos conversa com pessoal da nossa cidade que estava no mesmo parque de campismo que nós, e foram eles que nos indicaram a empresa onde acabámos por encontrar trabalho.
Convém lembrar que a nossa experiência foi antes da pandemia, e o mercado de trabalho mudou muito desde então. Hoje em dia, encontrar emprego em escritórios ou áreas mais técnicas pode ser mais difícil, com empresas a reduzir equipas e a automatizar processos. Ainda assim, há sempre oportunidades, sobretudo em hotelaria, restauração, armazéns, limpeza e trabalhos sazonais, e uma boa atitude continua a ser o teu maior trunfo.
10. Custo de Vida em Melbourne
Abaixo deixamos-te quanto é que gastamos quando vivemos em Melbourne, por pessoa, por mês. Pessoas diferentes vão ter custos diferentes, e nós tentamos ser poupados. Gastamos um pouco mais do que devíamos a comer fora, mas fica difícil resistir à food scene de Melbourne. Fora isso, os outros não se alterariam muito com mais ou menos cuidado.
Deixamos-te com quanto é que gastámos quando vivemos em Melbourne, por pessoa, por mês. Pessoas diferentes vão ter custos diferentes, e nós tentámos ser poupados. Gastámos um pouco mais do que devíamos a comer fora, mas fica difícil resistir à food scene de Melbourne. Fora isso, os outros valores não se alterariam muito com mais ou menos cuidado.
A tabela mostra os custos mensais por pessoa (em dólares australianos e euros, à taxa de câmbio da altura), e o gráfico representa a distribuição percentual desses mesmos gastos.
- Alojamento: O custo dos primeiros dias no AirBnB, mais a renda do nosso quarto incluindo todas as despesas;
- Transportes: Despesa maioritariamente do João, pois tinha que apanhar o elétrico para o primeiro trabalho. O segundo trabalho era no CBD, onde os elétricos são gratuitos;
- Supermercado: Tudo o que é relacionado com comida no supermercado;
- Comer fora: Restaurantes, bares e cafés;
- Casa: Relacionado com a casa, como lençóis, detergentes, medicação, higiene, etc;
- Telemóvel: Tarifário mensal;
- Roupa;
- Outros: Tudo o que estiver fora das outras categorias.
| Categoria | Custo AUD | Custo EUR |
|---|---|---|
| Alojamento | $861 | 535 € |
| Transportes | $79 | 49 € |
| Supermercado | $159 | 99 € |
| Comer Fora | $180 | 112 € |
| Atividades e Lazer | $9 | 6 € |
| Casa | $58 | 36 € |
| Telemóvel | $26 | 16 € |
| Roupa | $17 | 10 € |
| Outros Custos | $22 | 14 € |
| Total | $1,412 | 877 € |
