Melbourne

Viver e trabalhar numa cidade cosmopolita

Vamos contar-te tudo sobre a nossa experiência a viver e trabalhar em Melbourne, incluindo a procura de emprego, habitação e todas as questões legais associadas. O processo pode ser semelhante noutras cidades, por isso, mesmo que não optes por Melbourne, as nossas dicas e experiências serão úteis. No entanto, aconselhamos que faças a tua pesquisa, pois existem diferenças entre estados e cidades.

Se estás num visto de turismo, os pontos 1 e 2 vão ser importantes para a tua viagem.

  1. Voos e bagagem
  2. Número de telemóvel
  3. Conta bancária
  4. Porquê Melbourne
  5. A mudança para Melbourne e a procura de casa
  6. TFN – Tax File Number (Número de Contribuinte)
  7. Impostos – Quanto é que vais pagar?
  8. Superannuation
  9. Encontrar trabalho
  10. Transportes públicos
  11. Supermercados
  12. Lojas de Roupa
  13. Restaurantes

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Se nunca fizeste um voo de longa duração, vamos partilhar um pouco da nossa experiência.

Quando viajámos para a Austrália, não existiam voos diretos ou com apenas uma escala a partir de Portugal. Agora a Qatar Airways oferece uma ligação entre Lisboa e Melbourne com escala em Doha. Na altura da nossa viagem, optámos por voar de Estocolmo porque era a opção mais económica numa boa companhia aérea, e aproveitámos a oportunidade para explorar a cidade. A Emirates também oferece ligações semelhantes, portanto, é importante fazer uma pesquisa cuidadosa e decidir qual companhia aérea que melhor se adequa às tuas necessidades. O nosso conselho é voar para Sydney ou Melbourne e, em seguida, fazer um voo doméstico para outra cidade, se esse for o teu objetivo.

A parte do voo de Estocolmo para Doha teve uma duração de aproximadamente 6 horas, enquanto o voo de Doha para Melbourne durou cerca de 14. Os aviões da Qatar Airways são espaçosos e confortáveis, mas, como são muitas horas de voo, pode ser cansativa. Durante o voo, recebemos duas refeições completas, snacks e tivemos acesso a água, café e sumos. Também nos deram um kit com uma almofada, manta, escova e pasta de dentes, uma máscara para bloquear a luz, tampões para os ouvidos e auscultadores para entretenimento a bordo. Com tantas horas de voo, aproveitámos para descansar e também assistimos a alguns filmes disponíveis no avião.

É essencial manteres-te hidratado durante o voo, e é aconselhável levantars-te regularmente para esticar as pernas. Isso ajuda a reduzir o desconforto e a sensação de rigidez quando aterras.

Bagagem – O que levar?

Como estávamos a mudar de país e não apenas a fazer uma viagem de alguns dias, decidimos pagar pela bagagem de porão. A Bárbara comprou uma mochila Osprey Fairview 40L, enquanto o João escolheu a mochila Osprey Farpoint 70L, que pode ser dividida em duas partes: uma com capacidade de 57L e outra com 13L. Provavelmente não seria preciso levar bagagem de porão, mas devido ao nosso equipamento fotográfico e ao portatil, era difícil viajar apenas com uma mala de cabine.

No que diz respeito à roupa, levámos roupa interior, t-shirts, calças de ganga e alguns calções, bem como vestidos para a Bárbara. Incluímos também algumas camisolas para a Bárbara e camisas para o João, tendo em mente a perspetiva de trabalhar num ambiente de escritório. Em relação ao calçado, levámos apenas dois pares de sapatilhas. Não é necessário encher a mala com um grande volume de roupa, pois a Austrália é um país moderno com muitas lojas disponíveis, incluindo opções em segunda mão. Algo que ajuda imenso a arrumar a roupa são packging cubes!

O clima na Austrália varia de região para região, mas, de forma geral, é quente no verão e ameno no inverno. Quando vivemos em Melbourne durante o inverno, usámos principalmente um casaco leve para nos proteger da chuva e do vento. O nosso principal conselho é não sobrecarregar a mala com demasiada roupa e optar por peças mais leves.

De produtos de higiene pessoal, não trouxemos nada de extraordinário, apenas o básico. Tudo o que possas vir a necessitar pode ser facilmente adquirido quando chegares ao destino, a preços não muito diferentes dos de Portugal.

A rede elétrica na Austrália é igual à europeia, com uma tensão de 230V e frequência de 50Hz, mas as tomadas são diferentes. Precisas apenas de adaptadores, que podes facilmente comprar após a tua chegada. Comprámos alguns no Ebay e pusemos a morada do nosso AirBnB.

Há muitos voos internos disponíveis na Austrália, e esta é a melhor forma de viajar entre as principais cidades do país. Outras opções, como comboios ou autocarros, são mais viáveis dentro do mesmo estado ou para ligar cidades “próximas”, como Melbourne, Sydney ou Brisbane. Existem autocarros que fazem percursos muito longos, mas obviamente isso levará vários dias. Falamos mais sobre este assunto no nosso guia sobre como viajar na Austrália.

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Não te esqueças de que o teu telemóvel tem de estar desbloqueado!

Em relação às operadoras móveis, podes escolher qualquer uma, mas fora das grandes cidades só existe uma opção viável: a Telstra! A Austrália é um país vasto com apenas 24 milhões de habitantes, por isso é compreensível que as operadoras não tenham cobertura em todas as áreas. A Telstra é a maior operadora do país, portanto, se não tiveres rede com eles, é pouco provável que tenhas com qualquer outra operadora… No entanto, se planeias ficar apenas nas grandes cidades e não viajar para áreas remotas, podes optar por qualquer operadora.

Na Austrália, precisas de ativar o teu cartão SIM, e para isso, vais necessitar de uma morada (nós usámos a do AirBnB) e do teu passaporte. Se conheceres alguém com um número australiano, isso pode facilitar o processo.

Optámos pelo Aldi Mobile (sim, o supermercado), porque oferece uma mensalidade acessível e um plano excelente com minutos e mensagens de texto ilimitados, bem como uma generosa quantidade de dados móveis com rollover – ou seja, os dados não utilizados num mês são transferidos para o mês seguinte. O nosso plano na altura custava $25 e incluía 18 GB de dados. Atualmente, um plano equivalente ainda custa o mesmo e oferece 22 GB. Existem outros planos, mas achámos que este tem a melhor relação qualidade/preço. Podes comprar o cartão SIM em qualquer loja ALDI, e como eles utilizam a rede da Telstra, a cobertura é excelente. Fora das áreas urbanas, a Aldi não tem acesso a todas as antenas da Telstra, por isso a cobertura pode variar.

Podes verificar a cobertura da Aldi aqui e a da Telstra aqui. No mapa, consegues ver a diferença entre as duas, como por exemplo na Nullarbor, onde ficámos 3 dias completamente offline… Após esta experiência, mudámos para a Boost, a operadora low cost da Telstra, que tem acesso a toda a rede. Não são muito mais caros que a Aldi Mobile e também inclui rollover. O nosso plano na altura custava $35 (ainda custa o mesmo) e incluía 35 GB de dados. Resumidamente, se a tua intenção é apenas visitar as grandes cidades, o Aldi Mobile serve perfeitamente, mas se quiseres viajar por zonas mais remotas, definitivamente recomendamos a Boost.

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Agora é tudo muito mais fácil graças aos bancos online como o Revolut e o Wise, que te permitem usar diferentes moedas sem taxas de conversão. Mesmo assim, se planeias ficar um ano (ou mais) na Austrália, faz sentido abrir uma conta local. Nós recomendamos o Commonwealth Bank, foi o que usamos e não temos qualquer razão de queixa. A abertura e manutenção são gratuitas no primeiro ano. A app é bastante intuitiva e também recebes um cartão de débito que também podes usar para compras online. Podes abrir uma conta online através deste link, e deves fazê-lo antes de voar para a Austrália. Como não queres perder o teu primeiro ano grátis, podes fazê-lo com uns dias de antecedência. Assim, quando chegares, só precisas de agendar um dia e hora para ir a um balcão ativar a conta e levantar o teu cartão de débito, mas não te esqueças de levar o passaporte! Uns dias antes do teu visto acabar deves fechar a conta para evitar pagares pela manutencao da conta. Se estiveres no segundo ano ou ate mesmo para receberes a tua pensao e/ou retorno dos teus impostos, podes usar uma conta AUD no Revolut ou Wise, mas recomendamos a Wise por ser muito mais barato para enviar o dinheiro de volta para Portugal.

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Melbourne ou Sydney, esta era a nossa maior dúvida. Acabámos por escolher Melbourne por ser uma cidade com uma grande diversidade cultural. Na altura pesquisámos bastante e quanto mais líamos, mais curiosidade tinhamos. Também achámos graça aos elétricos e vimos que eram gratuitos no CBD (Central Business District).

Depois de termos viajado pelo país, ficámos com vontade de viver em Perth e Brisbane, por isso deves equacionar outras opções, incluindo cidades mais pequenas. No fundo vai depender um pouco do que procuras numa cidade e do tipo de trabalho que queres fazer.

Como nós não podíamos fazer o 2º ano, optámos por viver numa grande cidade. Vivemos grande parte da nossa vida em Coimbra, uma cidade média para o standard Português, e quase 4 anos em Bristol no Reino Unido, por isso queríamos muito ter a experiência de viver numa grande cidade. Cosmopolita e cheia de vida, Melbourne não desapontou! Alugámos um quarto no CBD, bem perto de tudo, e foi onde vivemos durante 6 meses.

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Não faltam opções para as tuas primeiras noites, mas nós preferimos reservar um quarto num AirBnB por dois motivos. Queríamos conhecer pessoas locais, que nos pudessem dar dicas sobre a cidade, mas também porque estávamos cansados por causa do jet lag, queríamos um quarto privado. Assim, pudemos estar tranquilos, não só para descansar, mas também para nos focarmos na procura de emprego e organização dos primeiros tempos. Sendo um casal, a diferença de preço para um hostel era pouca.

Procurar quarto para aluagr foi bastante fácil. Podes pesquisar no Facebook, Gumtree ou no flatmates.com.au. Acabámos por alugar um quarto no limite do CBD. Foi sem duvida a melhor opção porque era bem central, mas ao mesmo tempo fora da confusão, com um grande parque mesmo à porta, o Carlton Gardens.

A nossa primeira colega de casa era uma estudante universitaria chinesa chamada Miau Miau. Dividimos casa durante pouco mais de um mês porque ela quis mudar-se para mais perto da Universidade. A seguir veio um casal, o Rob (Australiano), e a Luna (Californiana com ascendência Mexicana). Muito simpáticos, e foi interessante viver com eles. Nós adorámos a casa – para além da óptima localização, era muito espaçosa, tinha imensa luz natural e 2 quartos de banho, portanto cada quarto tinha o seu espaço privado. Pagávamos $370 (230€) de renda por semana (cerca de $1600/1000€ por mês), que não sendo barato, era proporcional aos ordenados. O facto de sermos um casal permitiu-nos também gastar menos (individualmente) do que amigos nossos que viviam a mais de 40 minutos do CBD. Internet estava incluída, mas a água e eletricidade eram à parte, mas estas despesas eram bem mais baratas do que em Portugal. Pagámos estas despesas quando deixamos o apartamento e foram cerca de $250 (155€) por 6 meses.

Partilhar casa foi uma experiência enriquecedora, não só porque fizemos amigos, como tínhamos sempre assunto de conversa sobre vários assuntos, incluindo curiosidades sobre os países de origem. Claro que tivemos a sorte de serem fáceis de conviver, tanto a Miau Miau como o Rob e a Luna passavam grande parte do tempo no quarto quando estavam em casa, o que nos permitia ter a sala e a varanda só para nós, mas quando estavam presentes não havia qualquer conflito e eram limpos e organizados. O facto de haver 2 quartos de banho também ajudou imenso na questão de privacidade.

A opção é tua, mas recomendamos vivamente (ainda mais se forem um casal) que fiques no centro da cidade. Tens tudo o que precisas ao teu lado, incluindo serviços e transportes públicos que te levam para fora da cidade.

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Para poderes trabalhar e pagar os impostos corretamente vais precisar do TFN, o equivalente ao nosso número de contribuinte.

É muito fácil de fazer, mas só te podes candidatar 24 horas depois de chegares à Austrália. Segue este link, lê as instruções e preenche o formulário. Passado algumas semanas vais receber uma carta com o teu número na morada que deste (que pode ser o teu AirBnB ou hostel). Não te preocupes porque ninguém te pode recusar trabalho enquanto esperas pelo número, no entanto, temos uma dica para ti: espera 3/4 dias e liga para o 13 28 61. Só tens que dar os teus dados pessoais, e eles dizem-te o TFN na hora.

Podes trabalhar sem TFN, mas vais pagar bem mais impostos; não vale a pena!

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O MyGov é o site onde acedes a todos os serviços do governo, incluindo a tua conta da ATO – Australian Taxation Office, o equivalente ao site das Finanças em Portugal. Vais precisar disto para fazeres o teu “‘IRS’ e tratar de outros assuntos quando já estiveres fora da Austrália. Podes facilmente mudar a tua morada e número de telemóvel no site.

O ano fiscal vai de 1 de Julho a 30 de Junho, e os primeiros $45.000 brutos são taxados a 15%. Tudo o que ganhares acima desse valor é taxado a 32.5%. O teu empregador tem que estar registado como employer of working holiday makers para poderes ser taxado a 15%, e obviamente que tens de ter este visto para seres taxado a esta percentagem.

Atenção que estes valores podem sofrer alterações. Podes encontrar toda a informação, bem como vários exemplos aqui.

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A Superannuation é um plano de poupança reforma obrigatório. O teu empregador paga 11% extra sobre o teu salário para um fundo de investimento. Podes (e deves) pedir o dinheiro depois de saíres da Austrália, o problema é que te vão taxar a 65% por estares a levantar o dinheiro antes da idade da reforma. É injusto, mas infelizmente é a lei. Nós tivemos a “sorte” de poder levantar a 100% devido à pandemia, e na nossa altura a percentagem era de 9.5%.

Muitos empregadores já têm uma empresa de Super com quem trabalham, mas em alguns casos vão-te perguntar quem queres usar. Em ambos os nossos empregos esta foi escolhida pelo empregador, mas quando fizemos uma semana de vindimas em Margaret River, foi-nos dada a opção de escolha, e simplesmente escolhemos as empresas que já tinham o “nosso” dinheiro dos trabalhos em Melbourne.

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Encontrar trabalho depende um pouco do que estás à procura, mas a tua atitude é sempre importante!

Nós podíamos ter começado a viajar pelo país de imediato, poupámos para isso, mas para além de querermos ter a experiência de viver numa grande cidade, também queríamos poupar ainda mais. E ainda bem que o fizemos, porque saímos da Austrália com mais dinheiro do que entrámos. A escolha é tua, mas se o teu objectivo for viajar, recomendamos que trabalhes e poupes primeiro, afinal de contas, estamos a falar de um visto de ferias e trabalho.

Ter atitude implica que tens que persistir e não te deixar ir abaixo com as (muitas) negas que vais receber! Nós aterrámos em Melbourne numa quinta-feira, começámos a procurar trabalho na sexta de manhã, e na quinta seguinte já tínhamos sido contratados. Tivemos sorte? Talvez, nem que seja porque os trabalhos estavam disponíveis, mas sabemos que foi a nossa atitude e experiência que nos fez conseguir e rapidamente.

No CBD há imensos restaurantes e escritórios, e por isso passávamos as manhas a entregar os nossos CV’s em mão, e à tarde a candidatar-mo-nos a empregos pela internet. Se possível, fazíamos a candidatura online e íamos entregar o nosso CV em mãos. Alguns sítios não aceitavam, outros agradeciam o esforço, mas os que aceitavam ficavam surpreendidos e com uma impressao positiva. O jet-lag dava cabo de nós por volta da hora de almoço, mas nem por isso deixámos de insistir.

A Bárbara conseguiu trabalho rápido, e é um exemplo perfeito de porque é que o devem (também) fazer em mãos. Candidatou-se ao Starbucks (online), e depois foi às 3 localizações entregar o CV em papel. Num recusaram, no outro aceitaram e fizeram a entrevista na hora, e no último ficaram com o CV para saber quem ela era ao analisarem as candidaturas. No mesmo dia foi convida pela terceira localizacao para a entrevista e contratada. Apesar de já ter trabalhado num Starbucks no Reino Unido e ter experiência, não duvidamos que o facto de ela ter ido lá pessoalmente entregar o CV fez a diferenca.

Como João foi um pouco diferente. Ele conseguiu um emprego na sede da Ford, o que coincidia com a experiência que ele tinha de gestão de frotas. Era através de uma agência de trabalho temporário, e apesar de a Ford não ser mencionada no anuncio, ele pesquisou os requesitos e descobriu que um dos programas utilizados era exclusivo deles. Durante a entrevista o João perguntou se o trabalho era para a Ford, o que deixou a entrevistadora surpreendida, mas contente por ter pesquisado. O João gosta de entrevistas de emprego (há malucos para tudo), e por isso apresenta-se confiante, sem ser arrogante e aprecia a conversa.

Como esta posição era temporária, teve que procurar outro trabalho passados 3 meses. O João tinha deixado o CV numa outra agência, e devido à experiência e atitude deram-lhe a oportunidade de uma entrevista com um cliente importante: AECOM. Este tambem foi atraves de uma agencia temporaria, mas como foi contratado de imediato, nunca chegou a conhecer ninguem (pessoalmente) da agencia.

 Podes pesquisar trabalhos nas próprias empresas, agências de recrutamento, facebook, passa palavra, gumtree e sites como seek.com.au, au.indeed.com e jobsearch.com.au.

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Melbourne foi até hoje a melhor cidade em que já vivemos no que toca a transportes públicos.

Os elétricos no CBD sao gratuitos, e a rede estende-se bem para fora do centro, com um total de 75 km de via dupla. Muitas destas linhas tem espaco reservado, o que implica que estes dificilmente ficam presos no transito. E vamos ser honestos, andar de electrico e’ bem mais interessante do que andar de autocarro!

A rede ferroviária divide-se em dois sistemas: Metro e VLine.

Metro é a rede metropolitana de Melbourne. Tem cerca de 405 km e as linhas, todas elas eletrificadas, expandem-se em todas as direções a partir do CBD, onde fazem um círculo passando pelas 4 principais estações da cidade: Southern Cross, Flinders Street, Central e Parliament, sendo as duas últimas subterrâneas. Os bilhetes para os elétricos são os mesmos dos comboios Metro, ou seja, se tiveres um passe semanal, podes usar elétricos e comboios e ir para bem longe do centro sem pagares mais por isso. Nunca compramos um bilhete físico porque usavamos o Google Wallet. Apple Pay não é suportado, mas podes comprar um cartão físico (myki) e é só encostar nos terminais para validares a tua viagem.

A VLine é um sistema regional que liga zonas mais distantes, um pouco como os intercidades em Portugal. São linhas não eletrificadas e o preço dos bilhetes varia de acordo com a distância. Alguns subúrbios mais próximos, como Caroline Springs, têm apenas serviço VLine.

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As duas maiores cadeias de supermercados na Austrália são o Coles e Woolworths. Podemos dizer que são equivalentes ao Continente, Jumbo e Pingo Doce em Portugal. Têm tudo o que precisas e estão espalhados por todo o lado. Podes fazer um cartão de pontos que funciona de forma semelhante ao cartão Continente. O pão do Coles era melhor, mas o Woolworths tinha umas bolachas fantásticas. Ambos estavam próximos de nós e os preços eram semelhantes, por isso não tínhamos uma preferência.

O que mais usávamos era o Aldi. É conhecido em Portugal, mas foi no Reino Unido que se tornou no nosso supermercado favorito (em Coimbra só tínhamos Lidl). Tinha uma boa variedade, qualidade e era mais barato do que os outros supermercados.

Tens o IGA Express, mas atenção que, sendo mais para desenrascar, é mais caro.

Fruta, legumes, ovos e cogumelos, comprávamos principalmente no Queen Victoria Market. Estes produtos eram de qualidade, frescos e mais baratos do que no supermercado.

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Tens imensas lojas como a H&M e Zara. Não existe Primark, mas tens o Kmart que vende um pouco de tudo, incluindo roupa a preços acessíveis. Existem inúmeras lojas de roupa usada, algumas focadas em marcas vintage e, portanto, mais caras, mas também tens muitas da Salvation Army, lojas que recebem vários artigos através de doação, sendo que a roupa é o que têm em maior quantidade. Por norma a roupa está em bom estado e é muito barata. A Barbara acabou por ter que deixar alguma na Austrália por ter comprado algumas peças que adorou nestas lojas.

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Custos de Viver em Melbourne

No gráfico abaixo deixamos-te quanto é que gastamos quando vivemos em Melbourne, por pessoa, por mês. Pessoas diferentes vão ter custos diferentes, e nós tentamos ser poupados. Gástamos um pouco mais do que devíamos a comer fora, mas fica difícil resistir à food scene de Melbourne. Fora esses gastos, os outros não se alterariam muito com mais ou menos cuidado.

  • Alojamento: O custo dos primeiros dias no AirBnB, mais a renda do nosso quarto incluindo todas as despesas;
  • Transportes: Despesa maioritariamente do João pois tinha que apanhar o electrifico para o primeiro trabalho. o segundo trabalho era no CBD onde os elétricos são gratuitos;
  • Comida: Tudo o que é relacionado com comida, no supermercado ou restaurantes;
  • Casa: Relacionado com a casa, como lençóis, detergentes, medicação, higiene, etc;
  • Telemóvel: Tarifário mensal;
  • Roupa: Roupa…
  • Outros: Tudo o que estiver fora das outras categorias.